ÁSIA/PAQUISTÃO - Sociedade civil: a missão de Bhatti continuará

Sábado, 5 Março 2011

Islamabad (Agência Fides) – O homicídio de Shahbaz Bhatti é uma ferida para a nação, mas a “sua missão está viva e continuará”: é que dizem à Agência Fides expoentes da sociedade civil paquistanesa engajados na tutela dos direitos das minorias. Najmi Saleem, a responsável no Punjab pela “All Pakistan Minorities Alliance”, organização fundada por Bhatti, destaca que “o movimento não se deterá diante desta tragédia. A missão de Bhatti – proteger as minorias religiosas, promover a dignidade, os direitos humanos e o desenvolvimento social das comunidades carentes, defender os perseguidos, como os injustamente acusados de blasfêmia – vai continuar. Seu exemplo nos dará mais coragem, mesmo neste momento de extremo sofrimento. Mesmo se os terroristas quiserem nos matar, na conseguirão deter esta missão” – conclui. Haroon Barkat Masih, Diretor da “Masihi Fuondation”, que se ocupa da assistência legal e material de Asia Bibi no Paquistão, diz à Fides: “O sacrifício de Shahbaz Bhatti não será esquecido. Sua batalha contra o mal, a hipocrisia, a cegueira de coração, o ódio e a falta de caridade prosseguirá nos anos futuros. Continuaremos a obra de Bhatti pela paz, a harmonia e a justiça”. “Sua vida foi interrompida por uma conspiração e pela política suja; seu homicídio a sangue frio envia ao mundo um sinal que a democracia não é tolerada no Paquistão. É o momento que o mundo se una para contrastar o extremismo e a violência contra as comunidades marginalizadas e vulneráveis que vivem no Paquistão”. Valeria Martano, que acompanha os países asiáticos na Comunidade de Santo Egídio, atualmente no Paquistão para uma missão, diz à Fides: “A herança de Bhatti, que conheci pessoalmente, é a fé que tenta construir pontes de diálogo para toda a vida e de tantas maneiras”. “Bhatti se identificou rapidamente no espírito da Comunidade de Santo Egídio, e em 11 de setembro de 2010, estava em Santa Maria in Trastevere, em Roma, no aniversário do atentado às Torres Gêmeas. “Estávamos preparando alguns encontros inter-religiosos” – conta Martano. “Bhatti era muito alegre e cheio de esperança. A esperança foi a sua característica que mais me surpreendeu no último dia de sua vida. Não temia a morte, mas olhava com fé e esperança ao futuro”. “Estava organizando um encontro inter-religioso em memória de Salman Taseer. Seu último pensamento e gesto – conclui – era a construção de pontes entre o islã e o cristianismo: o que fez por toda a vida”. (PA) (Agência Fides 5/3/2011)


Compartilhar: