ÁSIA/BANGLADESH - Sociedade civil: “A corrupção atenta à segurança alimentar”

Dacca (Agência Fides) – Bangladesh é um país que, como anunciado oficialmente pelo governo, é auto-suficiente em termos de produção alimentar. Não obstante isso, sofre pela falta de “segurança alimentar” (direito definido pela ONU como “certeza de ter comida para saciar a fome”) e pela desnutrição, que atinge especialmente crianças. Isto significa que existem evidentes responsabilidades políticas e que o governo “está violando o direito à subsistência, principalmente dos grupos mais vulneráveis como mulheres, crianças, camponeses pobres, minorias indígenas”. É a denúncia enviada à Agência Fides por algumas associações da sociedade civil bengalesa, como Asian Legal Resource Center e Hotline Human Rights Bangladesh, criadas com o apoio da Comissão “Justiça e Paz” dos Bispos de Bangladesh.
As organizações notam que os agricultores e operários constituem 68% da população bengalesa, mas muitos deles não têm terras e vivem, no âmbito de suas famílias graves problemas de insegurança alimentar e desnutrição infantil. Especialmente no norte do país, podem trabalhar somente na estação da coleta, e portanto, durante pelo menos 5 meses por ano não possuem alimentos para viver. Um dos distritos onde não há segurança alimentar é Gaibandha: nesta localidade, o aumento do preço do arroz agravou os problemas de desnutrição. Segundo estimativas oficiais, este problema atinge em todo o país pelo menos dois milhões de crianças menores de seis anos. Segundo as associações, “a corrupção é o obstáculo maior, que coloca em risco a segurança alimentar da população”. O governo local e nacional, interrogado sobre estas questões urgentes, assegurou programas de assistência social, ainda não realizados. Por isso, a sociedade civil pede ao governo que adote “uma abordagem compreensiva” para combater a desnutrição e os problemas relacionados à saúde da população. Segundo a classificação internacional da corrupção elaborada por Trasparency International em 2010, Bangladesh está em 134° lugar entre 178 países, colocando-se na “faixa negra” dos países mais corruptos. (PA) (Agência Fides 24/2/2011)