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Mumbai (Agência Fides) - Um novo relatório sobre a violência anticristã restabelece a verdade, negando uma reportagem anterior dada ao tribunal B. K. Somasekhara - que negava todas as responsabilidades dos ataques em Karnataka, em 2008 (ver Fides de 1/2/2011). O novo relatório, elaborado após um estudo de campo realizado pelo juiz Michael Saldanha, foi apresentado oficialmente ontem em Mumbai, na presença do Cardeal Oswald Gracias, arcebispo de Mumbai e Presidente da Conferência Episcopal. A iniciativa é obra do compromisso da organização Christian Secular Forum, que promoveu a nova pesquisa. O cardeal elogiou o novo relatório, crível e transparente, que traz à luz os fatos: igrejas, escolas e casas dos cristãos foram atacadas e centenas de cristãos espancados. A onda de violência foi liderada pelos grupos fundamentalistas hindus, cobertos pelo governo central de Karnataka, nas mãos do partido nacionalista hindu “Baratiya Janata Party”, que apoia os grupos extremistas. " A Igreja Católica vai apresentar o novo Relatório Saldanha ao Governo Federal da Índia, pedindo uma ação sobre o governo de Karnataka", explica à Fides Pe. Charles Irudayam, secretário da Comissão para "Justiça, Paz e Desenvolvimento" da Conferência Episcopal da Índia. "Os bispos, os fiéis, todos os cristãos e as organizações de direitos humanos em Karnataka protestaram com veemência e publicamente contra o sectarismo, os preconceitos e falsidades contidos no Relatório elaborado pela Comissão presidida pelo juiz Somasekhara. Esse documento nega qualquer responsabilidade dos extremistas hindus: mas existem provas contundentes sobre o seu envolvimento. Todos os cristãos e as pessoas honestas o rejeitaram sem hesitação, mas esse relatório foi compilado nos interesses e propósitos do partido BJP, que tem sido cúmplice da violência", observa o padre. "Por isso, é muito improvável que o Governo de Karnataka o censure ou dê um passo para trás. Urge, neste momento, uma intervenção do governo federal", disse Pe. Charles Irudayam. O Relatório do juiz Saldanha – enviado à Agência Fides - é baseado numa pesquisa que atingiu mais de 400 localidades no estado e na escuta de cerca de 3.000 pessoas, entre testemunhas e vítimas. O relatório afirma sem qualquer dúvida que os movimentos extremistas hindus foram os adeptos e os perpetradores da violência, apoiados pelas mais altas autoridades do Estado. A polícia, o poder judiciário e o poder executivo em Karnataka "ficaram literalmente violentos contra os cristãos indefesos". A violência, observa o texto, foi planejada e executada com grande precisão para o impacto máximo. Houve "uma flagrante violação da regra de direito", num clima de absoluta arbitrariedade, ilegalidade e da anarquia. Joseph Dias, católico, secretário-geral da Christian Secular Forum, disse à Fides: "O relatório traz a responsabilidade das forças que a precedente pesquisa havia tentado esconder". Dias pede "a imediata demissão e a criminalização do Primeiro-Ministro e do Ministro do Interior de Karnataka, responsável por ter aprovado a violência e os crimes contra os cidadãos indefesos", e convida o Governo central e processar os autores da violência de 2008, que registrou 113 ataques em 29 distritos. Segundo fontes locais de Fides, nos últimos dois anos no Estado se verificaram outros 138 episódios de violência anticristãs. Em Karnataka, em 52,8 milhões de habitantes, há cerca de um milhão de cristãos. (PA) (Agência Fides 24/2/2011)
