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Cairo (Agência Fides) - "O clima mudou após confrontos de ontem, 2 de fevereiro, entre os manifestantes Tahrir e simpatizantes de Mubarak" disse à Fides Pe. Luciano Verdoscia, missionário comboniano que trabalha há anos no Cairo. "Na minha opinião, foram os simpatizantes de Mubarak a causar acidentes. Alguns dizem que se trata de milícias do Partido Nacional, o partido do presidente. Outros afirmam que foram contratadas pessoas para atacar os manifestantes. Tenho visto alguns tipos estranhos em giro", disse o Pe. Luciano. "Estão se espalhando boatos sobre a presença de provocadores estrangeiros. Há um endurecimento do regime contra os meios de comunicação estrangeiros. Foi emitido um comunicado com o qual convidam os estrangeiros a não saírem de casa, especialmente depois do meio-dia". " Antes dos confrontos o clima era muito diferente – disse o missionário. A violência aconteceu anteriormente são provenientes de dentro da polícia, como posso testemunhar pessoalmente, porque ocorreu sob nossas janelas. Nós vivemos no centro do Cairo, onde tudo começou. Agora, porém, os ânimos estão se aquecendo. Vamos ver amanhã o que vai acontecer depois da oração", disse Pe. Luciano delineando um quadro complexo da situação, porque nem todas as pessoas estão a favor da renúncia imediata do presidente. "As pessoas em favor de Mubarak não são poucos, na minha opinião, são uns 40% da população. Trata-se particularmente de pessoas da classe alta e média-alta burguesa. Lembro-me que a divisão entre ricos e pobres no Egito é muito profunda e clara". "Espero que esta não se conclua no sangue, mesmo porque o que tem acontecido nos últimos dias tem sido um exemplo de nobreza, bondade e coragem da parte do povo", conclui o missionário. (L.M.) (Agência Fides 3/2/2011)
