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Adis Abeba (Agência Fides) – Os eventos destes momentos no Egito e as atuais crises em outros países africanos estão no centro da 16a Cúpula da União Africana (UA), em andamento na capital da Etiópia, Addis Abeba. Na agenda consta também a situação da Costa do Marfim, onde o atual Presidente, Laurent Gbagbo, afirma ter vencido o turno decisivo das eleições, em 28 de novembro, e rejeita a vitória de Alassane Ouattara, Presidente reconhecido pela maior parte dos Estados estrangeiros. A União Africana e a Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO/ECOWAS) estavam inicialmente unidas no apoio a Ouattara, mas durante a Cúpula emergiram divergências entre os países africanos. Gbagbo conta com o apoio explícito de Angola, mas outros Estados africanos estão cada vez menos convencidos em apoiar uma eventual ação militar da CEDEAO para afastar Gbagbo e instalar Ouattara no poder. Nos últimos dias, houve reuniões preparatórias para uma ação militar na Costa do Marfim, sob a égide da Nigéria. Alguns membros da CEDEAO afirmaram que não estão disponíveis a enviar suas tropas. Outros importantes membros da UA, como a África do Sul, tomaram distância da hipotética solução militar. Outro tema enfrentado na Cúpula é o referendo sobre a independência do Sul do Sudão, cujos resultados oficiais ainda não foram divulgados – apesar da quase certa vitória dos independentistas. Entretanto, a UA prepara-se par acolher um novo Estado membro. A situação na Tunísia e no Egito demonstra o anseio de democracia não apenas no mundo árabe, mas também na África sub-Sahariana (amanhã, 30 de janeiro, estão previstas manifestações no Sudão contra o aumento do custo de vida e por mais espaços democráticos). A UA, porém, deve eleger como Presidente de turno, o Chefe de Estado da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, cuja fama não o define como respeitoso da democracia. (L.M.) (Agência Fides 29/1/2011)
