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Islamabad (Agência Fides) – "O fundamentalismo desenfreado, a intolerância e a violência mostram a situação degradante dos direitos humanos no Paquistão", afirma a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), num relatório apresentado recentemente na capital paquistanesa, Islamabad. No capítulo relativo ao Paquistão, o organismo ressalta que "2010 foi um ano desastroso para a tutela dos direitos humanos e que o governo paquistanês não fez quase nada para melhorar tal situação". O documento cita numerosos atos de terrorismo perpetrados por grupos talibãs, que impõem a lei em algumas áreas do país, os atentados contra os lugares de culto e lugares públicos, o assassinato de 11 jornalistas e ativistas ou líderes muçulmanos moderados e vários casos de perseguição das minorias religiosas. O texto recorda a morte do governador do Estado de Punjab, Salman Taseer, e as ameaças contra a parlamentar Sherry Rehman por ter criticado a lei sobre a blasfêmia. "O Governo paquistanês não se empenhou o suficiente no combate ao fundamentalismo religioso" – Human Rights Watch. Asia Bibi, mulher cristã acusada de blasfêmia contra o profeta Maomé, foi citada no relatório como símbolo da perseguição contra as minorias religiosas. No seu caso também os tribunais procuraram bloquear as tentativas de restaurar a justiça. "É triste constatar que o sistema judiciário esta usando a sua independência para minar as prerrogativas do Parlamento e para restabelecer as discriminações e abusos, ao invés de eliminá-los" – lê-se no documento. No entanto, continuam as pressões internacionais sobre as instituições paquistanesas. Algumas ONGs e organizações do Reino Unido, guiadas pela Release International, entregaram a Wajid Shamsul Hasa, Alto Comissariado do Paquistão para os Direitos Humanos, representante governamental, uma petição com 51 mil assinaturas pedindo a garantia da liberdade religiosa no país e a proteção das minorias cristãs, frisando em particular o caso de Asia Bibi. (PA) (Agência Fides 27/1/2011)
