Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Kinshasa (Agência Fides) - “A presença de um grupo islâmico no leste da República Democrática do Congo (RDC) é verossímil, mas até agora não temos notícias de suas atividades” – diz à Fides pe. Loris Cattani, missionário xaveriano e animador da “Rede Paz para o Congo”, comentando o alarme lançado durante a segunda reunião do Conselho de Defesa e Segurança da Comissão Econômica dos Países dos Grandes Lagos (CEPLG) sobre uma nova aliança de grupos rebeldes no Kivu (leste da RDC). Segundo a imprensa local, a aliança envolveria as FDLR (Forces Démocratiques de Libération du Rwanda), outras formações rebeldes e um grupo islâmico não identificado, denominado El Shabab. Este termo designa as milícias integralistas somalis responsáveis por uma série de atentados em Uganda. Ruanda acusou seu ex-Chefe de Estado Maior, general Faustin Kayumba Nyamwasa, e o ex-Chefe dos serviços secretos ruandeses, coronel Patrick Karegeya, de criar um grupo armado que atua com a aliança rebelde para tentar derrubar o governo de Kigali. Em 14 de janeiro, Nyamwasa e Karegeya, com outros dois expoentes governamentais afastados, foram condenados à revelia a longas penas de prisão por um tribunal ruandês. “A temida ameaça islâmica e a inclusão na lista das chamadas ‘forças negativas’ de Nyamwasa e Karegeya, podem ser um pretexto para justificar uma nova ação do exército ruandês no Kivu” – diz pe. Cattani. “A questão do Kivu roda ao redor do controle de suas riquezas minerais” – recorda o missionário. “O relatório dos especialistas da ONU de 29 de novembro o afirma claramente: o objetivo não-declarado das várias operações militares conduzidas contra as FDLR era assumir o controle das minas da região. Elas são hoje controladas por divisões do exército congolês, formado por homens do Congrès National pour a Défense du Peuple (CNDP), movimento pró-ruandês” – conclui pe. Cattani. (L.M.) (Agência Fides 25/1/2011)
