ÁFRICA - Também a África em busca de “terras raras”: os minerais das tecnologias de nosso amanhã

Terça, 28 Dezembro 2010

Roma (Agência Fides) - Na corrida para encontrar novas fontes de “terras raras” alternativas à China (que detém 97% da produção mundial dessas matérias-primas estratégicas), não poderia faltar a África. Sob o nome de "terras raras" se classificam 17 elementos que são utilizados nas indústrias de alta tecnologia, daquela militar à produção de energia a baixo impacto ambiental, como a energia eólica. O nome não deve ser enganoso, pois "terras raras" que não são difíceis de encontrar. O problema é o grau de concentração, que deve ser alta o suficiente para justificar os custos de extração, e o fato que exigem, para a sua separação de outros elementos com os quais são misturados alguns deles radioativos, de processos químicos poluentes. É por isso que nos países ocidentais, foi suspensa a sua extração, enquanto a China tem pelo contrário, aumentado a sua produção, tornando-se um país monopolista no âmbito global. Por razões políticas e econômicas, vários países estão buscando fontes alternativas a estes materiais. Entre eles incluem os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e a União Europeia. Além dos Estados Unidos (onde uma mina fechou na Califórnia há alguns anos, dever ser reativada em 2012), as buscas por fontes alternativas de terras raras, estão se concentrando no Brasil e em alguns países asiáticos, como Vietnã e Austrália. A África, continente que dispõe de riqueza mineral ainda em grande parte inexplorada ou não usufruídas, não poderia ficar de fora desta nova corrida, que tem implicações econômicas e estratégicas muito importantes para os futuros geopolíticos mundiais. Na época, a pesquisa foi concentrada na África do Sul, em Zandkopsdrift, na região de Namaqualand na província de Northern Cape, onde a produção poderia começar em 2012. Em Moçambique foi anunciada a descoberta de um importante reservatório de algumas terras raras, particularmente de disprósio, no monte Muambe, a 60 km da cidade de Tete (capital da província no oeste do país). O disprósio é usado na fabricação de laser e nas barras de controle de centrais nucleares; de 2003 a 2009, o seu preço aumentou sete vezes. Também a Namíbia possui um depósito minerário onde existem 14 dos 17 elementos classificados como "terras raras". Na Tanzânia, por fim, os depósitos minerais de Wigu Hill, a 200 km a oeste da capital Dar es Salaam, parece promissor, pois com sua estrutura geológica, permitindo a extração de terras raras, sem recorrer a procedimentos complexos, caros e altamente poluentes. Deve ser acrescentado, enfim, que estes três países do sul da África austral têm a vantagem de baixos custos trabalhistas e na África do Sul aproveitam da presença da indústria de mineração avançada, que também pode se apoiar Moçambique e Tanzânia. A União Europeia publicou um lista de 14 produtos essenciais para a indústria copntinental. São eles: antimônio, berílio, cobalto, fluorita, gálio, germânio, grafite, índio, magnésio, nióbio, metais do grupo da platina (MGP), terras raras, tântalo (coltan extraído da República Democrática do Congo) e tungstênio. A "nova disputa pela África" para procurar terras raras, pode desencadear novas injustiças (desde a poluição à corrupção, e também tensões políticas) das quais a população local não precisa. (L.M.) (Agência Fides 28/12/2010)


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