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Islamabad (Agência Fides) – A discriminação social, a controvertida lei sobre a blasfêmia e o estado de saúde da liberdade religiosa no Paquistão estão sob os refletores: Ongs internacionais como “Amnesty International” e “Christian Solidarity Worldwide” pronunciam-se a respeito do caso de Asia Bibi. Em seu Relatório anual sobre a liberdade religiosa, publicado ontem, o Departamento de Estado dos EUA também registra o aumento do índice de violência contra minorias religiosas no Paquistão. Hoje, Amnesty International uniu-se à campanha por Asia Bibi. Em um apelo ao presidente Ali Zardari, Amnesty pede “que se comute a condenação à morte de Asia Bibi mediante os poderes previstos no artigo 45 da Constituição”, e a libertação imediata de Asia Bibi. Amnesty expressa preocupação “pelo fato que as leis sobre a blasfêmia sejam utilizadas indistintamente contra as minorias religiosas e os muçulmanos” e pede que seja cumprido o compromisso de rever e melhorar as “leis prejudiciais à harmonia religiosa”, assumido um ano atrás pelo primeiro-ministro Gilani. Enfim, promove uma “moratória imediata de todas as execuções capitais no país”. Em comunicado enviado à Fides, “Christian Solidarity Worldwide” (CSW), engajada na tutela dos cristãos no mundo, nota o “contínuo abuso da lei sobre a blasfêmia e a evidente fragilidade do sistema judiciário paquistanês”. CSW assinala “o aumento de casos de falsas acusações” e denuncia que os tribunais de primeiro grau são “suscetíveis a manipulações e intimidações de grupos locais”. Observa ainda que muitas vezes as sentenças são alteradas no apelo, mas “muitos aguardam o veredicto na prisão, como Waji ul-Hassan, cristão que se encontra no braço da morte desde 2002”. Ali, os detentos são passíveis de violências e torturas por serem acusados de blasfêmia. O texto prossegue: “Preconceitos, ineficiência e corrupção, profundamente enraizados, se amplificam em casos de blasfêmia e quando tocam as minorias religiosas”. O Relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, publicado pelo Departamento de Estado americano em 18 de novembro, afirma que no Paquistão, as agressões como a violência organizada contra as minorias religiosas, estão em aumento. “As forças de segurança e outras agências governamentais não promoveram uma adequada obra de prevenção para enfrentar os abusos contra as minorias” – explica o texto. Uma “legislação discriminatória” e o fracasso do governo “fomentaram a intolerância religiosa, a violência e as intimidações contra minorias”. O relatório recorda que foi criada uma sub-comissão nacional para rever a lei sobre a blasfêmia, mas que não obstante alguns passos do governo, “a tensão social permanece alta e a discriminação amplamente difundida”. (PA) (Agência Fides 19/11/2010)
