ÁSIA/PAQUISTÃO - 40mil e-mails e uma petição anti-blasfêmia para salvar Asia Bibi

Segunda, 15 Novembro 2010

Islamabad (Agência Fides) – A mobilização internacional para salvar Asia Bibi, a cristã condenada à morte por blasfêmia, está produzindo seus primeiros resultados: graças ao esforço de associações cristãs, grupos de tutela dos direitos humanos, cidadãos comuns e agências de governo paquistanesas foram inundadas, em poucos dias, por cerca de 40 mil mensagens por e-mail que pedem a libertação da mulher. A Igreja no Paquistão e as comunidades cristãs no mundo propuseram novamente a petição para a abolição da lei sobre a blasfêmia, promovida um ano atrás. Graças a uma iniciativa da “Comissão Justiça e Paz” dos Bispos paquistaneses, apoiada por numerosas associações, mais de 75 mil assinaturas foram recolhidas no Paquistão para pedir ao governo a ab-rogação da norma.
A iniciativa atravessou os confins nacionais e ganhou a adesão da obra “Ajuda à Igreja que Sofre”. Na França, a Secretaria da Obra recolheu e entregou recentemente ao governo francês mais de 10.600 mil assinaturas, enquanto a Secretaria italiana da AIS recebeu 1.400 adesões e vai reapresentar a petição durante a ilustração do Relatório 2010 sobre a Liberdade religiosa, no dia 24 de novembro, em Roma. A medida continua a manter o debate aceso na sociedade paquistanesa. A Igreja, a “Comissão Nacional para os Direitos Humanos e outros grupos da sociedade civil, inclusive muçulmanos, contestam abertamente a lei e pedem a sua abolição. Hoje, solicitam ao governo a abertura de uma mesa oficial no Parlamento para reexaminá-la. O Ministro Federal para as Minorias religiosas, Shahbaz Batti, promove a sua “revisão”. A Conferência dos “Jamiat Ulema del Pakistan” (JUP), representando mais de 30 partidos religiosos, a considera “intocável” e ameaça duros protestos. Fontes locais da Fides observam que em ambientes islâmicos fundamentalistas, “está-se definindo ‘blasfemo’ quem queira abolir a lei sobre a blasfêmia. Esta atitude pode fomentar ainda mais o ódio religioso na sociedade”. A “Lei sobre a blasfêmia” inclui os artigos 295b, 295c, 298a, 298b e 298c do Código Penal paquistanês e prevê a prisão ou até a pena capital para pessoas que insultam ou não atribuem caráter sagrado ao Profeta Maomé ou ao Alcorão.
(PA) (Agência Fides 15/11/2010)


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