ÁFRICA/CONGO RD - A ONU denuncia violências sexuais contra congoleses expulsos de Angola

Segunda, 8 Novembro 2010

Kinshasa (Agência Fides) - Mais de 600 congoleses (principalmente mulheres) sofreram violência sexual durante a expulsão de Angola. É o que denuncia o Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA). Um porta-voz da OCHA disse que, de acordo com os "relatórios confiáveis", redigidos por um grupo de agências humanitárias da ONU e de ONGs, a Angola a partir de outubro a hoje expulsou mais de 6.000 pessoas irregulares, a maioria congoleses. A imprensa congolesa recolheu os testemunhos de algumas das vítimas. Suas histórias são impressionantes: os imigrantes são impedidos por agentes à paisana, reconhecidos pelo fato de que não falam português, e se o falam, através da cicatriz no ombro esquerdo após da vacinação contra a tuberculose. As pessoas presas são levadas a um posto de fronteira, onde são seqüestrados seus objetos pessoais. Os testemunhos mais dramáticos vêm da província mineira de Lunda Norte, onde homens, mulheres e crianças, antes de serem expulsos, ficam presos em celas subterrâneas. À noite, as mulheres são tomadas pelos soldados e “violentadas em série”, referem os testemunhos recolhidos pelo jornal congolês “Le Potentiel”. "As expulsões não são ilegais, mas devem ser feitas de forma ordenada e coordenada, especialmente em condições aceitáveis do ponto de vista do direito humano", disse o porta-voz do OCHA. Angola e República Democrática do Congo também estão divididas por uma disputa sobre a divisão de áreas de petróleo off-shore. Uma delegação das Nações Unidas deve resolver a controvérsia. (L.M.) (Agência Fides 8/11/2010)


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