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Santiago de Compostela (Agência Fides) – “A nós, queridos irmãos, cabe hoje seguir o exemplo dos apóstolos, conhecendo o Senhor cada dia mais e dando um testemunho claro e válido de seu Evangelho”: é a exortação que o Santo Padre Bento XVI dirigiu durante a missa que presidiu na tarde de sábado 6 de novembro na Praça do Obradoiro, em Santiago de Compostela, por ocasião do Ano Jubilar Compostelano. Partindo de um trecho do Evangelho proclamado, o Santo Padre convidou “a viver segundo a humildade de Cristo”: “para os discípulos que querem seguir e imitar Cristo, servir o irmão não é mais uma mera opção, mas parte essencial do próprio ser... Ao propor este novo modo de relacionar-se na comunidade, baseado na lógica do amor e do serviço, Jesus se dirige também aos ‘chefes dos povos’, porque onde não existe compromisso com os outros surgem formas de prepotência e exploração que não deixam espaço a uma autêntica promoção humana integral”. Dirigindo-se depois o olhar sobre toda a Europa, que ao longo dos séculos peregrinou a Compostela, Bento XVI afirmou: “é necessário que Deus volte a ressoar alegremente sob os céus da Europa; que esta palavra santa não seja nunca pronunciada em vão; que não seja falseada fazendo-a servir a propósitos que não são os seus. É preciso que seja proferida santamente. É necessário que a percebemos na vida cotidiana, no silêncio do trabalho, no amor fraterno e nas dificuldades que os anos trazem consigo". Na manhã de domingo, 7 de novembro, o Santo Padre presidiu a Santa Missa para a dedicação da igreja e do altar da Sagrada Família, em Barcelona, obra inacabada do arquiteto catalão Antoni Gaudí. Ilustrando, na homilia, o significado do rito de dedicação, o Papa disse: "O que significa dedicar esta igreja? No coração do mundo, diante dos olhos de Deus e os homens, em um ato humilde e jubiloso ato de fé, levantamos uma imensa quantidade de material, fruto da natureza e de um incalculável esforço da inteligência humana, construtora desta obra de arte. Ela é um sinal visível do Deus invisível, cuja glória mostram essas, setas que indicam o absoluto da luz e daquele que é a Luz, a Alteza e a Beleza". O Papa Bento XVI destacou a grande importância de dedicar a Deus uma igreja, “numa época em que o homem pretende construir sua vida por trás de Deus, como se não tivesse mais nada a dizer-lhe". Em vez disso, "Gaudí, com a sua obra, nos mostra-nos que Deus é a verdadeira medida do homem, que o segredo da verdadeira originalidade, como ele dizia, consiste em voltar à origem que é Deus". A Sagrada Família de Nazaré, a qual é dedicada a Igreja, sempre foi considerada uma "escola de amor, oração e trabalho", razão pela qual os patrocinadores desta igreja quiseram mostrar ao mundo o "amor, o trabalho e o serviço vividos diante de Deus, assim como viveu a Sagrada Família de Nazaré". Observando o enorme progresso no âmbito técnico, social e cultural, Bento XVI destacou que eles devem sempre ser acompanhados pelo progresso moral, “como a atenção a proteção e a assistência à família, porque o amor generoso e indissolúvel de um homem e uma mulher é o quadro efetivo e o fundamento da vida humana em sua gestação, seu nascimento, seu crescimento e no seu fim natural. Somente onde existe amor e fidelidade, nasce e perdura a verdadeira liberdade. Portanto, a Igreja invoca adequadas medidas econômicas e sociais para que a mulher possa encontrar a sua plena realização em casa e no trabalho, a fim de que o homem e a mulher que se unem em matrimônio e formam uma família sejam ajudados pelo Estado, para que se defenda como sagrada e inviolável a vida dos filhos desde o momento da sua concepção, para que a natalidade seja estimada, valorizada e apoiada no plano jurídico, social e legislativo. Por isto, a Igreja se opõe a qualquer forma de negação da vida humana e apóia tudo o que promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar". (SL) (Agência Fides 8/11/2010)
