AMÉRICA/BRASIL - A Igreja denuncia o assassinato de 31 sem-teto nos primeiros dez meses de 2010

Quinta, 4 Novembro 2010

Maceió (Agência Fides) – "Como se não bastasse humilhações, discriminações e o abandono, agora os sem-teto devem também viver com o medo de não verem o nascer do sol, porque ameaçados de morte": é a denúncia do Pe. Rogério Madeiro, coordenador da Pastoral Social da Arquidiocese de Maceió, no Brasil, acerca da situação atual de homens e mulheres que vivem nas ruas do Estado de Alagoas (no nordeste do Brasil). Somente neste ano, 31 pessoas sem morada fixa foram mortas em vários lugares do Estado. Esta semana, uma sessão pública da Câmara de Vereadores do Estado vai discutir a questão.
Segundo Pe. Madeiro, o caso mais recente ocorreu poucos dias atrás, em 31 de outubro, na capital Alagoas. Nos dez primeiros meses de 2010 ocorreram 31 assassinatos, 30 deles em Maceió. Os crimes ocorreram geralmente à noite e em locais onde há maior concentração de pessoas que vivem nas ruas, como no centro da cidade.
Enquanto a polícia suspeita que as mortes sejam motivadas por drogas e brigas entre os sem-teto, o coordenador da Pastoral Social não exclui a possibilidade de uma "limpeza social". Até mesmo o ministério público e a Ordem dos Advogados do Brasil não descartaram esta hipótese, visto que afirmam, “nunca tivemos tantas mortes como agora”.
Pe. Madeiro recordou que o Governo Municipal e a Igreja Católica realizam trabalhos sociais com os moradores de rua, em Maceió, mas isso não é suficiente para "preencher a lacuna" em que se encontram cerca de 400 pessoas que vivem nas ruas da capital. Perante o elevado número de assassinatos, a Arquidiocese de Maceió emitiu uma nota pedindo uma investigação sobre os casos criminais e o respeito por essa parte da sociedade. O documento, assinado por Dom Antônio Muniz Fernandes, Arcebispo de Maceió, também destacou a falta de resultados das investigações feitas sobre estes casos. (CE) (Agência Fides, 04/11/2010)


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