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Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Não obstante as dificuldades, os cristãos na Terra Santa são chamados a reanimar a consciência de serem pedras vivas da Igreja no Oriente Médio, nos Lugares santos de nossa salvação, mas o viver dignamente na própria pátria é, sobretudo, um direito humano fundamental: por isso, é preciso favorecer condições de paz e justiça, indispensáveis por um desenvolvimento harmonioso de todos os habitantes da região”. São as palavras proferidas pelo Santo Padre Bento XVI durante a concelebração eucarística presidida na Basílica Vaticana na manhã de domingo, 10 de outubro, na abertura a Assembleia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, sobre o tema «A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho. A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma» (At 4, 32). Concelebraram com o Papa, 177 Padres Sinodais e 69 presbíteros colaborados do Sínodo.
A alegria de “ ver reunidos pela primeira vez numa Assembleia Sinodal, em torno do Bispo de Roma e Pastor Universal, os bispos do Oriente Médio” e o “agradecimento ao Senhor da história, porque permitiu que, não obstante os fatos muitas vezes difíceis e atormentados, o Oriente Médio visse sempre, desde os tempos de Jesus até hoje, a continuidade da presença dos cristãos” foram expressas pelo Santo Padre no início da homilia. Depois de comentar as leituras bíblicas do domingo, o Papa sublinhou a especificidade da região do Oriente Médio: “é a terra de Abraão, de Isaac e Jacó; a terra do êxodo e do retorno do exílio; a terra do templo e dos profetas; a terra em que o Filho Unigênito nasceu de Maria, onde viveu, morreu e ressuscitou; o berço da Igreja, constituído para levar o Evangelho de Cristo até os confins do mundo”.
Detendo-se em particular sobre a Igreja, nascida do Coração e do Espírito de Jesus, Bento XVI evidenciou que “a Igreja é formada para ser, em meio aos homens, sinal e instrumento do único e universal projeto salvífico de Deus; ela cumpre esta missão simplesmente sendo si mesma, ou seja, ‘comunhão e testemunho’, como diz o tema da Assembleia sinodal... Sem comunhão não pode existir testemunho: o grande testemunho é a vida de comunhão”. A comunhão é essencialmente um dom, “e por isso interpela a nossa liberdade e espera a nossa resposta: a comunhão nos pede sempre conversão, como dom que deve ser sempre acolhido e realizado” – disse o Papa. O Pentecostes é o evento originário que fez iniciar e crescer a Igreja, “mas é também um dinamismo permanente, e o Sínodo dos Bispo é um momento privilegiado em que se pode renovar no caminho da Igreja a graça do Pentecostes, para que a Boa Nova seja anunciada com franqueza e possa ser acolhida por todos os gentios”.
“O objetivo desta Assembleia sinodal é sobretudo pastoral” – reiterou o Santo Padre, mesmo não podendo ignorar a delicada e muitas vezes dramática situação social e política de alguns países, os Pastores das Igrejas do Oriente Médio desejam concentrar-se nos aspectos de sua missão”. A Assembleia sinodal pretende, “sob a guia do Espírito Santo, reavivar a comunhão da Igreja Católica no Oriente Médio” dentro de cada Igreja e nas relações com as outras Igrejas. “Os trabalhos da Assembleia sinodal são orientados ao testemunho dos cristãos no âmbito pessoal, familiar e social... Todos são chamados a dar sua contribuição: a comunidade internacional, apoiando um caminho confiável, leal e construtivo rumo à paz; as religiões majoritariamente presentes na região, promovendo os valores espirituais e culturais que unem os homens e excluem toda expressão de violência. Os cristãos continuarão a dar sua ajuda – concluiu Bento XVI – não somente com as obras de promoção social, como os institutos de educação e de saúde, mas sobretudo, com o espírito das Bem-Aventuranças evangélicas, que anima a prática do perdão e da reconciliação”. (SL) (Agência Fides 11/10/2010)
