AMÉRICA/BRASIL - Uma rede para lutar contra o tráfico de seres humanos: concluído o primeiro curso de formação

Quinta, 30 Setembro 2010

Fortaleza (Agência Fides) – Foram publicadas as conclusões do "curso de formação para agentes na luta contra o tráfico de seres humanos", organizado pelo Instituto de estudos de direito e cidadania, em Fortaleza, capital Estado do Ceará, Brasil. No texto cuja cópia foi enviada à Agência Fides, ressalta a proposta de criar uma rede para enfrentar diretamente o tráfico de seres humanos no Estado do Ceará, e encorajar as pessoas a participar do movimento nacional contra o tráfico de pessoas (MCTP). "Um dos problemas principais abordados durante o curso, foi o tema da “feminilização” do tráfico de seres humanos", uma vez que cerca de 80% das vítimas são mulheres, e depois adolescentes e crianças. Muitos especialistas atribuem este tipo de exploração à cultura machista ainda dominante e também à pobreza e à miséria que tornam as pessoas mais vulneráveis. Irmã Claudina Scapini, coordenadora da Pastoral do Migrante e responsável pelo "Red Um Grito pela Vida", informou sobre o tráfico interno que está se verificando no Estado do Ceará e relatou que "atualmente existem 43 mulheres estrangeiras, principalmente africanas, nas prisões do Estado, por estarem envolvidas no tráfico de drogas". Segundo a religiosa, as mulheres afirmam que foram vítimas do tráfico de pessoas ter o conhecimento do transporte da droga. Durante os debates, Anália Ribeiro, coordenadora do Centro pela luta contra o tráfico de pessoas de São Paulo, disse que, para combater à rede da criminalidade organizada, é necessário que as instituições envolvidas na prevenção e na luta contra a criminalidade, sejam por sua vez organizadas. "É muito difícil chegar ao principal responsável da rede, geralmente só consegue identificar os traficantes e aqueles que seduzem os menores", disse Anália Ribeiro. Por esta razão, Analia e Deborah Araña (coordenadora do Instituto Winrock) , ressaltaram a importância de criar a o "Movimento contra o Tráfico de Pessoas", no qual a sociedade civil organizada, junto com as agências governamentais possam, de uma forma mais estruturada, combater este mal da sociedade. O Estado do Ceará foi o primeiro a oferecer formação aos agentes (tanto voluntários quanto profissionais), que por sua vez se tornam formadores de outros grupos, mas o curso será oferecido também a outros profissionais do nordeste do Brasil. A iniciativa teve o apoio do Banco do Nordeste (BNB), do Instituto Latino-americano de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (ILADH) e do Winrock International Brasil. (CE) (Agência Fides, 30/09/2010)


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