ÁFRICA/QUÊNIA - O drama dos órfãos de Hiv obrigados a ajudar economicamente as famílias adotivas

Sábado, 25 Setembro 2010

Bondo (Agência Fides) - O papel dos avós e outros membros da família alargada que se ocupam do crescimento de crianças órfãs devido ao HIV está bem determinado, o que é pouco reconhecido é a contribuição que essas crianças dão para aqueles que cuidam deles. O avós são freqüentemente idosos e doentes e dependem deles para os trabalhos domésticos, a assistência e também para a renda. Um pesquisa realizada em 2010, em Bondo, na província de Nyanza, no oeste do Quênia, pela London School of Economics destacou os enormes benefícios que muitas famílias adotivas recebem acolhendo estes órfãos. De acordo com Charles Ondogo, oficial do Nyanza Provincial Children, os órfãos na província ajudam enormemente na renda das famílias que os acolhem. "Muitos desses órfãos são forçados a trabalhar não só para ajudar seus irmãos, mas também para ajudar os pais adotivos, muitas vezes pobres e idosos", lê-se no comunicado do Nyanza Provincial Children Office. "Às vezes, especialmente as meninas, são forçadas à prostituição, deixando a escola". É importante que o Governo crie programas para a tutela social das crianças. No país foi criado um sistema nacional de transferência de dinheiro para ajudar as famílias adotivas extremamente pobres com órfãos, mas até agora apenas 77 mil foram os órfãos beneficiados. O programa pretende atingir 300 mil até 2012. No entanto, existem 2,4 milhões de órfãos, dos quais 700 mil perderam pelo menos um dos pais devido ao HIV. Um estudo realizado em 2009 revelou que cerca de 20% das crianças, o dobro da média nacional, em Nyanza, são órfãos. Do Kenya AIDS Indicator Survey de 2007 emergiu que cerca de 80% das crianças órfãs e crianças vulneráveis abaixo de 18 anos na província, não receberam nenhum ajuda externa. (AP) (25/9/2010 Agência Fides)


Compartilhar: