ÁFRICA/MADAGASCAR - Anunciados referendo constitucional e novas eleições

Sexta, 24 Setembro 2010

Antananarivo (Agência Fides) – Em 17 de novembro próximo será realizado o referendo para aprovar a nova Constituição de Madagáscar, enquanto em 20 de dezembro serão realizadas as eleições municipais. As eleições presidenciais estão previstas para maio de 2011. É o que ficou decidido no final da conferência nacional realizada em Antananarivo, capital de Madagascar, na semana passada. "A conferência nacional foi organizada por um grupo de notáveis, juntamente com algumas organizações da sociedade civil", disse à Fides um jornalista da Rádio Dom Bosco de Antananarivo. "Participaram delegados provenientes de todos os distritos e regiões do país, os representantes dos diversos partidos e de uma parte da sociedade civil. Esta última é dividida entre uma parte que reconheceu a conferência nacional da semana passada, que confirmou a política do Presidente da Autoridade de Transição, Andry Rajoelina, e outra que se opõe ao presidente de transição que insiste em "organizar uma segunda conferência nacional". "Na conferência não estiveram presentes os representantes das 3 "mouvance" que se referem aos três ex-presidentes, Marc Ravalomanana, Diedier Ratsiraka e Albert Zafy. Estes três movimentos que tinham formado uma aliança de oposição a Rajoelina estão na realmente divididos entre si. Todos os três movimentos registraram divisões. As alas separatistas participaram da conferência nacional, mesmo se não são aliadas a Rajoelina. Estes desenvolvimentos são devidos à disputa de poder em previsão das novas eleições", afirma a fonte de Fides. A crise em Madagascar parece estar enfrentando um ponto de virada, depois do fracasso de várias conferências internacionais que não conseguiram convencer os protagonistas da vida política nacional a administrarem juntos a transição para preparar novas eleições. "Até 4 de outubro será apresentada a nova Constituição que será submetida ao referendo. Os prefeitos devem se demitir dois meses antes das eleições locais, para evitar que aproveitem de seus poderes para fins eleitorais", informa a nossa fonte. Na evolução política de Madagascar é preciso considerar o comportamento da comunidade internacional que como a fonte diz a fonte de Fides “não é unânime: que a SADC (Comunidade para o Desenvolvimento do sul da África), que apoia o ex-presidente Ravalomanana, exilado na África do Sul, se opôs à conferência nacional. A França parece apoiar o processo de transição liderado por Rajoelina, enquanto os Estados Unidos, que a princípio se opuseram ao presidente da transição adotaram a linha de silêncio, mesmo porque não foi nomeado um novo embaixador estadunidense em Antananarivo”. (L.M.) (Agência Fides 24/9/2010)


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