Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Edimburgo (Agência Fides) – Com um convite para que o Reino Unido, num esforço para ser uma sociedade moderna e multicultural, "pode manter o respeito pelos valores tradicionais e por aquelas expressões culturais que formas agressivas de secularismo não estimam mais, não toleram mais” e para que " não seja ofuscado o fundação cristão que está na base de sua liberdade" – assim se concluiu o primeiro discurso feito pelo papa Bento XVI no Reino Unido, na quinta-feira, 16 de setembro. No Palácio Real de Holyroodhouse realizou-se a cerimônia de boas-vindas durante a qual o Papa encontrou Sua Majestade a Rainha Elizabeth II, as autoridades civis e religiosas, em seguida, fez o seu discurso no qual salientou "as profundas raízes cristãs que ainda estão presentes em cada estrato de vida britânica". "Entre os monarcas da Inglaterra e da Escócia", os cristãos desde os primeiros tempos, aparecem como Santos extraordinários, recordou o Papa. Muitos deles exerceram seus deveres à luz do Evangelho, de modo que "a mensagem cristã tornou-se parte integrante da linguagem, do pensamento e da cultura dos povos destas ilhas há mais de um milênio".
Ao longo da história se realizaram muitos exemplos da “força da fé” para o bem comum: a Grã-Bretanha interveio para parar o tráfico internacional de escravos, mulheres como Florence Nightingale se colocou a serviço dos pobres e doentes, John Henry Newman “foi um dos muitos cristãos britânicos de sua época, cuja bondade, a eloqüência e a ação foram uma honra para os próprios cidadãos e cidadãs”. Nos últimos tempos, a "Grã-Bretanha e seus líderes se opuseram à tirania nazista que tinha em mente eliminar Deus da sociedade e negava a muitos a nossa humanidade comum, especialmente os judeus". O Papa recordou o papel essencial, mesmo no pós-guerra e a resolução pacífica do conflito na Irlanda do Norte, para lançar em seguida, um apelo aos meios de comunicação: "A imprensa britânica tem uma responsabilidade mais grave do que os outros e uma oportunidade maior para promover a paz das nações, o desenvolvimento integral dos povos e a difusão de autênticos direitos humanos".
Na parte da tarde, o Santo Padre presidiu a concelebração eucarística no Bellahouston Park, em Glasgow, na festa litúrgica de São Ninião de Galloway, bispo itinerante e evangelizador dos os povos celtas, Apóstolo da Escócia. "Nas pegadas dos discípulos que de nosso Senhor tinha enviado antes dele - disse em sua homilia o Papa – Ninião foi um dos primeiros missionários católicos a levar aos seus compatriotas a boa nova de Jesus Cristo. A sua missão em Galloway se tornou um centro para a primeira evangelização do país. Esse trabalho foi posteriormente realizado por São Mungo, o padroeiro de Glasgow, e de outros santos, entre os maiores devemos nos lembrar de São Columba e Santa Margarida. Inspirados por eles, muitos homens e mulheres trabalharam durante muitos séculos para fazer chegar a fé até vocês. Procurem ser dignos desta grande tradição!"
O Papa encorajou a continuar a orar e a trabalhar com as outras confissões cristãs, "para construir um futuro melhor para a Escócia, fundamentado em nossa comum herança cristã", e então continuou: "A pregação do Evangelho sempre foi acompanhada por uma preocupação com a palavra: a palavra inspirada de Deus e a cultura em que essa palavra se enraíza e se desenvolve ... A evangelização da cultura é muito mais importante em nossa época, em que uma "ditadura do relativismo” 'ameaça escurecer a imutável verdade sobre a natureza humana, seu destino e seu bem final. Hoje, existem alguns que procuram excluir a religião da esfera pública, de privatizá-la ou mesmo apresentá-la como uma ameaça à igualdade e à liberdade. Pelo contrário, a religião é na verdade uma garantia dede autêntica liberdade e respeito, que nos leva a olhar toda pessoa como um irmão ou uma irmã". (SL) (Agência Fides 17/09/2010)
