ÁSIA/PAQUISTÃO - Um bispo leva ajudas humanitárias às escolas e às crianças portadoras de deficiências

Quinta, 9 Setembro 2010

Multan (Agência Fides) – O espírito é o do “Bom Samaritano, que não perguntou a identidade do homem em apuros, e o ajudou sem hesitação”. “Hoje, a nossa tarefa nesta grande tragédia é mostrar o amor de Deus por cada ser humano, independentemente da sua religião, comunidade de pertença e status social”: com essas palavras, Dom Andrew Francis, Bispo de Multan, ampla diocese no Punjab, conta à Agência Fides o seu empenho pessoal pelas vítimas da tragédia.
Todos os dias, o bispo realiza viagens de centenas de quilômetros (a diocese é muito extensa e engloba também regiões da província de Beluchistan) para levar ajudas humanitárias aos refugiados, com a guia de um funcionário da Caritas local: “Viajo com o hábito e a cruz episcopais: sou antes de tudo um sacerdote católico e a minha presença, em si, expressa a proximidade e a solidariedade da Igreja Católica para com todos os desabrigados, vítimas das enchentes. Neles vemos Jesus Cristo que, como diz o Evangelho, está nu, com fome e com sede, e que cabe a nós prestar ajuda”.
“Nossas atividades de socorro e de entrega de ajudas humanitárias – alimentos, água, tendas, remédios sobretudo – alcançam pelo menos 25 mil pessoas em sete distritos. Estamos fazendo o melhor que podemos, colocando à disposição todos os nossos recursos”, conta a Fides. À atividade humanitária se acrescenta também uma “intensa oração: muitas famílias nos pedem que rezemos por elas: colocamos a vida delas nas mãos da Providência”, nota. Sobre os destinatários do socorro, o bispo disse à Fides: “vamos ao encontro de todos os necessitados, sem qualquer hesitação. Existem muitos hindus, que na nossa diocese foram severamente afetados pelas cheias; existem poucas famílias cristãs. Trouxemos também ajudas aos muçulmanos extremistas: por exemplo, eu fui com a cruz episcopal no pescoço às escolas corânicas muito difundidas na Diocese de Multan. Como Bispo, levei ajuda humanitária a mullah conhecido pelas idéias radicais. Fui bem recebido, apreciado e agradecido".
O bispo também realizou um encontro inter-religioso na Catedral de Multan "para invocar junto aos líderes cristãos, muçulmanos e hindus misericórdia de Deus. A tragédia une na solidariedade com todas comunidades religiosas".
Uma atenção especial existe em “relação as crianças portadoras de deficiência e aquelas afetadas pela síndrome de down: as suas famílias estão em grande dificuldade. As equipes da Caritas andam pelos povoados em busca destas famílias, que são os casos mais desesperados". Neste trabalho de ajuda às crianças, “uma contribuição muito especial vem das crianças da Infância Missionária da diocese: recolheram, de porta em porta, ajudas destinadas às crianças e, até agora, fomos capazes de beneficiar mais de 20 mil crianças entre os famílias dos deslocados.
O bispo concluiu: "estou feliz de ser um cristão no Paquistão, apesar das dificuldades, mesmo diante dessa tragédia. A missão da Igreja hoje é ficar próxima a pessoa que sofre e ser um sinal de amor e misericórdia de Deus". (PA) (Agência Fides 9/9/2010)


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