ÁSIA/SRI LANKA - A sociedade civil: “não” a emendas na Constituição

Quarta, 8 Setembro 2010

Colombo (Agência Fides) – "Em Colombo, a situação é tensa e são feitas massivas marchas e manifestações nas ruas. A sociedade civil ferve: é uma questão de direitos civis e de democracia. Por isto, também os líderes religiosos levantaram suas vozes em declarar a sua discordância à improvisa mudança da Constituição" – foi o que disse à Fides Pe. Srian Ranesinghe, missionário dos Oblatos de Maria Imaculada, diretor da Casa de São Vicente, perto da capital Colombo.
Os protestos da sociedade civil de Sri Lanka e dos líderes religiosos dizem respeito à 18ª Emenda à Constituição, ao voto do Parlamento, que permitiria ao atual presidente, Mahinda Rajapksa, concorrer a um terceiro mandato presidencial.
A divergência causou protestos e marchas nas ruas, criando tensão nas ruas da capital. O "Movimento dos Direitos Civis, organização não-governamental que acolhe numerosos ativistas de todo o país", numa nota enviada à Agência Fides, afirma: "Tivemos trinta anos de guerra civil e assistimos a erosão dos valores democráticos na primeira Constituição pós-independência. O fim do conflito levou a nação a grandes expectativas de paz, fortalecimento da democracia e desenvolvimento. Tal proposta de emenda constitucional não somente decepciona profundamente estas expectativas, mas cria grande preocupação".
O movimento lança um apelo aos "deputados, para que votem contra a emenda; aos cidadãos, para que manifestem o dissenso, pedindo ao governo de um prazo razoável para a informação e o debate público sobre qualquer alteração; ao presidente, para impeça o processo em movimento, pelo bem da nação".
Um fórum de líderes religiosos cristãos, budistas e muçulmanos manifestou sua oposição à alteração da Carta fundamental da nação, ressaltando num comunicado: "Todos aqueles que prezam as liberdades democráticas do país manifestaram suas objeções": mudanças desse tipo devem ser amplamente discutidas e avaliadas, para encontrar o consenso da opinião pública.
O "Centro para a Sociedade e a Religião", criado e administrado pelos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, em Colombo, lançou uma campanha para sensibilizar os líderes religiosos, políticos e todos os cidadãos, reafirmando a urgência de que os cidadãos participem ativamente no processo político. (PA) (Agência Fides 8/9/2010)


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