ÁFRICA/SENEGAL - O estigma de ter um filho deficiente: faltam assistência e estruturas idôneas

Quinta, 2 Setembro 2010

Dacar (Agência Fides) - No Senegal muitas mulheres se recusam a levar seus filhos, portadores de deficiência mental, nos meios de transporte público, as famílias escondem as crianças que sofrem de problemas mentais ou neurológicos, e alguns pais se recusam a reconhecê-los. Segundo as últimas estatísticas da Organização Mundial da Saúde, desde 2004, 13,4 milhões de pessoas na África foram afetadas por distúrbios depressivos unipolares, 7,7 milhões sofrem de epilepsia, 2,7 milhões de distúrbios afetivos bipolares e 2,1 milhões de esquizofrenia. Na sociedade senegalesa ter um filho com doença mental é um estigma, é crença comum de que seja uma maldição, um castigo divino por infidelidade da mãe da criança ao seu marido. Não existe assistência suficiente e as estruturas para estas pessoas portadores de deficiência mental são precárias, a única escola do país é a Education and Training Centre for the Mentally Disabled (CEFDI).
Não existem estatísticas nacionais sobre o número de crianças deficientes, em 2009, o instituto mandou embora 54 das 81 crianças provenientes de todo o Senegal por causa da falta vagas para os novos alunos. Quando foram abertas as inscrições para o ano letivo 2010-2011, 20 famílias se apresentaram em dois dias. No país estão presentes também 5 institutos particulares para crianças portadoras de deficiência mental, de 4 em Dacar e 1 na cidade de Saint Louis, localizada no sul, no entanto, muitas famílias não têm a possibilidade econômica para freqüentá-los. O CEFDI, que acolhe crianças com síndrome de Down, epilepsia e diversas outras doenças, tem dois especialistas e três professores que foram formados para ensinar a 109 alunos com idades de 4 a 20 anos com deficiência mental. (AP) (2/9/2010 Agência Fides)


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