Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Este mês quer chamar a atenção para uma reflexão sobre a África, para que a nossa oração seja mais consciente e sentida.
A África é o continente de luzes e esperança, apesar das sombras que obscurecem o seu horizonte, com o peso de guerras, AIDS, exploração incontrolada, insegurança política e econômica. Neste contexto, os africanos vivem uma forte religiosidade, que marca e interpreta toda a sua vida, e vivem cotidianamente a solidariedade como um forte valor tradicional.
Na África, a Igreja é “família de Deus”, e esta imagem é a mais adequada para expressar o espírito de fé em Deus que é Pai, Filho e Espírito, e Comunidade e portanto, suprema Relação na Unidade. Assim como o crescimento da família humana é dom e dever de cada pessoa, todos os batizados são chamados a colaborar para o crescimento da Família de Deus, da Santa Igreja. A colaboração de todos é necessária e apreciada. O crescimento ocorre através do testemunho e da prática da fé, comprovada pelas obras de caridade, pela oração, pela união e pelo crescimento de todos ao redor da Eucaristia e da celebração dos outros Sacramentos, canais de graça e salvação para todos.
Nas comunidades eclesiais da África, existe uma rica e diversificada participação deste crescimento, sob a guia dos Pastores das várias comunidades e Igrejas locais. Podemos pensar nas famílias cristãs, pequenas igrejas domésticas, nas quais se inicia a prática da vida cristã, marcada pelos mais sagrados valores culturais, como a hospitalidade e a solidariedade-fraternidade, além e acima das diversidades étnicas e tribais. Imaginamos as pequenas Comunidades eclesiais de base, de bairros e vilarejos, guiadas por fiéis e catequistas íntegros, que consagraram suas vidas a este ministério.
Contemplamos a grande variedade de homens e mulheres africanos consagrados a Deus e à Evangelização em várias comunidades, segundo a graça do carisma de origem.
Vemos sobretudo os leigos engajados na transformação do ambiente em que vivem, através do testemunho de uma vida cultural e espiritualmente rica.
Vemos a grande quantidade de jovens, presente e futuro de uma Igreja africana sempre mais autentica e vivaz, faminta da Palavra que dá sentido e direção a suas vidas, exposta a tantos desafios e provocações.
Assistimos o surgimento e estabilização de movimentos e associações eclesiais, voltados ao crescimento da vida da Igreja através do empenho apostólico e o dinamismo espiritual que parte da Palavra de Deus, ouvida e acolhida como Palavra de Vida.
Olhamos os Sacerdotes, chamados a expressar em suas vidas e no sagrado ministério o mistério salvífico de Cristo e a guiar e coordenar os fiéis na variedade de seus dons e no comum empenho de fazer crescer a Igreja, desde a sua célula mais natural - a Paróquia -, como comunidade de comunhão.
O pensamento vai também àqueles que atuam nas escolas católicas, em todos os níveis, para criar uma cultura cristã através da educação; a todos os que trabalham no setor da comunicação; aos que trabalham no campo da justiça e da paz.
A intenção deste mês quer nos conduzir a acompanhar dentro da grande Família de Deus, que é a Igreja na África, para gozar de seu desenvolvimento e de sua vitalidade, e rezar para que a ação e o empenho daqueles que atuam por seu crescimento, ocorra em harmonia e sob o sinal da fraternidade.
Maria, Mãe da Igreja-Família de Deus na África, abençoe e mantenha no caminho da paz e da colaboração todos os membros das Comunidades Eclesiais. (Irmã Giuseppina Tresoldi SMC) (Agência Fides 30/8/2004)