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Jos (Agenzia Fides) – Os recentes episódios de violência que abalaram o Estado de Plateau (Nigéria central) durante os últimos meses (ver Fides 17/3/2010 e 25/3/2010) estiveram no centro da 8 ª Assembléia Geral da Arquidiocese de Jos, capital do Estado, cujo tema se intitulava "Os desafios da religião e os conflitos políticos para a Igreja no Estado de Plateau" (“The Challenges of Religious and Political Conflicts to the Church in Plateau State”). A Assembléia foi realizada de 16 a 20 agosto no centro pastoral "Sagrado Coração", de Jos.
"A Assembleia Geral deplora a perda de vidas e bens causados pela recente crise e oferece suas condolências às famílias dos falecidos, rezando por suas almas", disse o comunicado final enviado à Agência Fides.
"Não há dúvida de que, direta ou indiretamente todos nós sofremos com a crise que abalou o Estado", continua o documento. "Apesar dos grandes desafios econômicos, políticos, sociais e de segurança que enfrentamos no Estado e em geral no país, incentivando os cristãos a não perderem a fé no Deus Onipotente, nem de permanecer paralisados pelo medo e pela raiva, mas sim de renovar o seu amor a Deus e ao próximo. A Igreja continuará ensinando o amor, a paz, a reconciliação a todo o custo. Todo católico é chamado a ser um agente de mudança que queremos. Rezamos pela paz em nossos corações, em nossos lares, em nosso Estado e País. Procuremos ser os primeiros a dizerem "não à violência" e estar na vanguarda no desenvolvimento de uma cultura de paz e não violência" .
A Assembleia depois de agradecer as autoridades policiais e do Governo pelos seus esforços para manter a paz na região, convida todos os cidadãos não fazerem justiça com suas próprias mãos, mas informar as autoridades de segurança todos os movimentos suspeitos.
A mensagem lamenta "a polarização de nossas comunidades", com base de ser cristãs ou muçulmanas, pois comporta “ulteriores suspeitas, desconfiança e medo”, e lança o alarme pelo crescimento do extremismo religioso.
"Reafirmamos a importância do diálogo na resolução de conflitos. A posição da Igreja Católica é que o diálogo continua sendo um verdadeiro instrumento para a paz. As recentes crises geraram desconfiança e será preciso um grande trabalho para reconstruir a confiança e a relação entre muçulmanos e cristãos".
Do debate na assembléia emergiram diferentes posições sobre as causas da violência. "A falta de uma compreensão clara sobre a origem e causas da crise provocaram problemas também entre os cristãos. Enquanto alguns consideram tais crises como uma tentativa dos muçulmanos de invadir o espaço sagrado daquele que é considerado um Estado profundamente cristão, outros pensam que as causas da crise são étnicas, sociais e políticas, mas com uma coloração religiosa. As crises devem ser colocadas na justa perspectiva. As causas são muitas e, portanto, não se pode atribuir a culpa somente à religião" - destaca a mensagem. (L.M.) (Agência Fides 23/8/2010)
