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Manila (Agência Fides) – Realizar a tão aguardada reforma agrária; re-elaborar o Documento sobre a saúde sexual e reprodutiva; extirpar o nepotismo e a corrupção da administração pública; garantir a segurança alimentar no país: estes são alguns dos pedidos dos Bispos filipinos ao neo-presidente Benigno Aquino, que ontem, 30 de junho, proferiu seu juramento solene, iniciando seu mandato.
A Igreja filipina, no início do governo de Aquino, celebrou uma Santa Missa “pelo novo governo”, ontem de manhã, em Manila, e indicou uma série de prioridades: os Bispos redigiram e divulgaram um documento de 13 pontos, enviado à Agência Fides, e submetido à atenção da opinião pública. O texto parte da constatação de que a administração Arroyo fracassou ao enfrentar certas delicadas questões sociais, e auspicia que o novo presidente se empenhe em resolvê-las.
Em primeiro lugar, na lista apresentada pelos Bispos, está a realização da Reforma Agrária (Comprehensive Agrarian Reform Program, CARP), ponto fundamental que servirá para testar a sinceridade do presidente: com efeito, a reforma prevê a re-distribuição das terras dos latifundiários aos agricultores, e Aquino é membro de uma família de muitas posses (veja Fides 24/5/2010).
O segundo ponto é o total rechaço ao controverso “Documento sobre a Saúde Reprodutiva”, que ocupou o debate público nos últimos meses: pede-se que as uniões homossexuais, divórcio, aborto, eutanásia, anticoncepcionais, procedimentos considerados contrários à vida, não constem na agenda política.
O terceiro e urgente problema é a transferência e o alojamento dos pobres que ocupam as favelas de Manila (há pessoas que os querem expulsar). Outro ponto igualmente importante é o contraste ao triste fenômeno do tráfico de mulheres e crianças, que nos últimos anos, transformou-se num alarme nacional.
A lista continua apresentando outras questões julgadas fundamentais pela Igreja: proteger o meio ambiente e impedir a exploração mineraria em grande escala; contrastar a corrupção e garantir a incriminação dos corruptos; extirpar o nepotismo e o clientelismo na política filipina; garantir a legalidade e os direitos humanos das pessoas acusadas de delitos; melhorar o setor da instrução, principalmente ampliando-a às faixas mais pobres; garantir paz e segurança, retomando as negociações com os grupos rebeldes do sul do país; eliminar a pratica do jogo ilegal, sobretudo combatendo as organizações criminosas que o promovem; aliviar a pobreza, melhorando as condições de vida dos pobres e oprimidos; garantir a segurança alimentar a toda a população, melhorando o setor agrícola.
A Igreja expressou sua proximidade ao novo presidente com uma Santa Missa “pelo novo governo”, celebrada ontem na Catedral de Manila pelo Card. Gaudencio Rosales. Na homilia, o Cardeal descreveu o presidente Aquino como “dom de Deus à nação”, e frisou que, para melhorar a nação, é preciso que cada cidadão assuma a sua responsabilidade e dê a sua contribuição pessoal. O Cardeal convidou todos os cidadãos a rezarem pelo novo presidente e por todos os governantes, para que “sejam guiados pelo Espírito Santo no serviço à nação”.
(PA) (Agência Fides 1/7/2010)
