ÁFRICA - O desenvolvimento do continente e a responsabilidade dos africanos

Segunda, 31 Maio 2010

Roma (Agência Fides) – Acaba de ser publicado o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 2009, do qual emerge mais uma vez a dramática situação da África em relação aos níveis de pobreza extrema que afligem o continente. A lista dos 24 países com índice de desenvolvimento mais baixo do mundo, com exceção do Afeganistão e Timor Leste, é formada por paises africanos, todos da área sub-Sahariana: Níger, Serra Leoa, República Centro-africana, Mali, Burquina-Fasso, República Democrática do Congo, Chade, Burundi, Guiné-Bissau, Moçambique, Etiópia, Guiné, Libéria, Gâmbia, Ruanda, Senegal, Eritréia, Zâmbia, Costa do Marfim, Benin, Malavi e Togo.
O continente africano possui grandes riquezas naturais e um enorme potencial humano, garantido pela jovem idade da população, formada em 70% por pessoas com menos de 30 anos. Todavia, leis comerciais desfavoráveis, interesses econômicos de empresas ocidentais e elevados níveis de corrupção interna impedem à África de alcançar índices de direito que mereceria. A crise financeira global que está atingindo, de modo diverso, todos os países do mundo, teve como conseqüência na África um aumento da fome e da pobreza. Dos 28 milhões de dólares combinados em 2005 pelos países do G8 em Gleneagles, a serem distribuídos na África até 2010, segundo a ONU e a União Africana, foram destinados 9.500 milhões. A este respeito, os especialistas sublinharam o fato que o desenvolvimento da África não pode nem deve depender somente de ajudas externas. A responsabilidade é dos africanos. Além de atuar verdadeiras mudanças nas estruturas sociais e de governo, nas quais prevalecem modelos arcaicos e pouco confiáveis, com índices de corrupção muito elevados, os africanos precisam materializar as ajudas externas em desenvolvimento e progresso social, favorecendo antes de tudo o setor agrícola, que aumentaria as entradas e principalmente garantiria a segurança alimentar em um continente no qual mais de 30% da população é faminta.
Dos grupos de ajuda mais engajados, a organização católica de voluntariado Manos Unidas já aprovou no continente 61 projetos de desenvolvimento, com um investimento de 2.491.631 euros nos setores agrícola, de saúde, social e da instrução em Benin, Rep. Dem. do Congo, Burquina-Fasso, Ruanda, Burundi, Senegal, Camarões, Serra Leoa, Costa do Marfim, Somália, Gana, Sudão, Quênia, Tanzânia, Madagascar, Togo, Malavi, Uganda, Mali, Zâmbia, Marrocos, Zimbábue, Mauritânia, Moçambique, Nigéria.
(AP) (31/5/2010 Agência Fides)


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