ÁFRICA/MADAGASCAR - Para sair da crise, pode surgir um governo neutro, com a participação dos militares

Terça, 4 Maio 2010

Antananarivo (Agência Fides) - Emerge a possibilidade da criação de um governo “neutro” de unidade nacional, formado por “técnicos” (representantes da sociedade civil, profissionais liberais, etc...) para fazer emergir Madagascar da crise política em que vive há 14 meses. “Por enquanto, é apenas uma hipótese avançada pelo Presidente da Alta Autoridade de Transição (HAT), Andy Rajoelina” – diz à Fides um redator da Rádio Dom Bosco da capital, Antananarivo.
Rajoelina lançou a proposta do executivo técnico depois de se encontrar ontem, 3 de maio, com a cúpula das forças armadas, que lançou um ultimato a Rajoelina para que apresentasse, até o final de abril, um programa articulado para tirar o país da crise, ameaçando, caso contrário, uma intervenção direta.
“Os detalhes da proposta de Rajoelina ainda não estão claros, mas emergiu a possibilidade concreta de que, no executivo técnico, diversos Ministérios sejam entregues a comandantes militares. Parece evidente que o exercito está assumindo um papel cada vez mais importante na crise” – diz a fonte da Fides. Rajoelina descreveu a possível criação de um governo neutro no discurso à nação difundido pela televisão, no qual o líder se disse desiludido com a cúpula de Pretoria, encerrada com um fracasso em 1o de maio (veja Fides 3/5/2010).
“Rajoelina deve ter um novo encontro com a cúpula militar para em seguida, discursar novamente à nação, nas próximas 48 horas” – afirma a fonte da Fides. Os três “mouvances”, movimentos políticos que reúnem os três ex-Presidentes, Marc Ravalomanana, Didier Ratsiraka e Albert Zafy, anunciaram uma série de coletivas de imprensa para hoje.
(L.M.) (Agência Fides 4/5/2010)


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