AMÉRICA/BOLÍVIA - A Conferência dos Povos reúne mais de 18.000 pessoas em Cochabamba: “a Igreja tem uma responsabilidade pela criação e sente o dever de exercê-la também no âmbito público”

Terça, 20 Abril 2010

Cochabamba (Agência Fides) – Hoje inicia a Conferência Mundial dos Povos sobre as mudanças climáticas e dos direitos da Mãe Terra, na Bolívia, e já no último sábado o número de inscritos havia superado os 18 mil, segundo as informações do Chanceler David Choquehuanca, e calcula-se que se possa chegar a 20 mil participantes. Isso fez com que o ato inaugural fosse deslocado para o estádio do município de Tiquipaya. Na abertura da Conferência dos Povos estarão presentes o Secretário Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), líder de organizações internacionais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura (FAO), a Comunidade Andina, entre outros. Os debates de todos os grupos de trabalho serão a base do documento final da conferência, que será levado à 16° Conferência sobre as Mudanças Climáticas (COP16), que acontecerá em Cancun, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro deste ano.
Dom Tito Solari, Arcebispo de Cochabamba, escreveu uma breve nota sobre o evento, enviada à Agência Fides, que reúne 18 mil inscritos provenientes de 32 países da África, 33 nações da Europa, 21 países da Ásia, 18 países da América Central, 12 da América do Sul, 10 países da Oceania e 3 países da América do Norte. Na nota, o Arcebispo recorda que Cochabamba tem o privilegio de participar de um debate em matéria de ambiente, clima, terra, água, enfim, sobre a natureza; e que a Igreja, no Concílio Vaticano II, há mais de 40 anos, afirmava que Deus destinou a terra para uso dos homens e dos povos. Também há 20 anos, o Papa João Paulo II advertiu-nos, dizendo que a paz (e a vida humana) estava ameaçada pela falta de respeito pela natureza. Papa Bento XVI insistiu, dizendo que “A criação é o início e o fundamento de todas as obras de Deus. Sendo assim, é preciso fortalecer a aliança entre o ser humano e o ambiente, que deve refletir o amor criador de Deus.” “A Igreja tem uma responsabilidade pela criação e sente o dever de exercê-la também no âmbito público, para defender a terra, a água e o ar, dons de deus, Criados para todos e principalmente para proteger o homem do perigo de destruir a si próprio” afirma Dom Solari. (CE) (Agência Fides, 20/04/2010)


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