Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Bukavu (Agência Fides) – Os missionários Xaverianos que trabalham na República Democrática do Congo estão desapontados com as indiscrições jornalistas relativas ao relatório confidencial elaborado por um grupo de especialistas encarregado pelo Conselho de Segurança da ONU, acerca da cumplicidade dos missionários na guerra no Kivu (leste do Congo) (ver Fides 1/12/2009).
“Este documento, de natureza estritamente confidencial e não destinado ao uso público – ‘strictly confidential, not for dissemination’, como afirma em sua primeira página, - inexplicavelmente foi colocado nas mãos de todos os meios de comunicação internacionais” – afirma um comunicado dos Xaverianos residentes no Congo, enviado à Agêncai Fides. “É este segundo um procedimento consolidado que tira das legítimas instâncias a competência de verificar as eventuais acusações para transferi-la à pública praça mediática, onde todo acusado é por si mesmo culpado. É por rejeição deste método que os Missionários Xaverianos evitam responder logo as acusações desta que consideram um esboço não oficial. Por outro lado, quem bem nos conhece, e em particular as populações com as quais trabalhamos, sabem qual é a verdade".
Os xaverianos lamentam, além disso, o fato que as Nações Unidas não tenham confirmado ou desmentido as acusações lançadas pela imprensa em relação a dois missionários xaverianos. “Em referência a artigos que apareceram na imprensa nacional, que relançam acusações dirigidas a dois confrades e colocadas num relatório dos especialistas da ONU sobre a aplicação da resolução 1533 de 2004 feita pelo Conselho de Segurança da ONU, os Misssionários Xaverianos acharam melhor não responder logo as acusações em relação a alguns dos missionários, na expectativa que tais acusações fossem confirmadas ou desmentidas pela própria ONU. Visto que a tomada de posição da ONU é tardia e que as acusações foram retomadas pelos jornais”, os missionários decidiram explicar a situação.
Em particular os missionários desmentem ter financiado as Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR), como afirmam algumas partes do relatório publicado por alguns órgãos de informação. Depois de ter reconstruído as mensagens trocadas por alguns missionários, e inseridos no relatório a prova de pressupostos relatórios com os guerrilheiros, os Xaverianos afirmam: “nos sentimos autorizados em concluir que os especialistas da ONU confiaram em falsos e-mails, sem verificar com exatidão o conteúdo”. (L.M.) (Agência Fides 2/12/2009)
