ÁSIA/PAQUISTÃO - Semana de violência terrorista: “Somos vulneráveis”, afirma um sacerdote

Sexta, 17 Fevereiro 2017

P.A.

Cristãos paquistaneses em oração

Lahore (Agência Fides) – “Condenamos esta violência insensata que atinge seres humanos inocentes. Para além de qualquer conotação étnica, cultural ou religiosa, as vítimas são seres humanos. Antes de tudo, as pessoas no Paquistão estão tristes e consternadas; depois estão irritadas com as instituições, que não são capazes de proteger os cidadãos. Por fim, se sentem frágeis, vulneráveis e indefesas diante da ameaça terrorista que não poupa ninguém”: é o que afirma à Agência Fides pe. Inayat Bernard, Diretor do Seminário Santa Maria em Lahore, interpelado sobre aquela que foi definida uma “Semana de violência terrorista” que abalou o Paquistão. Depois do massacre de 13 de fevereiro em Lahore (13 mortos e mais de 100 feridos), ontem uma bomba explodiu num santuário islâmico sufi em Sehwan, nas proximidades de Karachi, matando 80 fiéis que estavam ali para rezar, entre os quais 20 crianças, enquanto outros atentados foram registrados em Quetta e Peshawar.
“Hoje sabemos que somos todos potenciais alvos. Também nós cristãos o somos – afirma pe. Bernard –, ninguém está excluído. As vítimas desses últimos atentados são todas muçulmanas, amanhã poderiam ser cristãs, hinduístas ou sikh. Esta violência indiscriminada atinge também os locais de culto, como a mesquita sufi em Karachi ou as igrejas no passado. As comunidades religiosas são obrigadas a adotar as próprias medidas de segurança e a não confiar somente no governo. Os controles devem ser mais rígidos, mas é muito difícil quando há um grande afluxo de fiéis”.
Pe. Bernard continua: “Esta violência profana o nome de Deus, profana o islamismo e usa a religião para tentar subverter o Estado. A opinião pública pede com força ao governo que aplique com urgência o plano de ação nacional contra o terrorismo, já traçado, mas se vê certa incerteza por parte do governo e isso faz nascer nas pessoas muitos interrogativos sobre possíveis conexões existentes também nos aparatos institucionais. Estamos num impasse”.
Os batizados no Paquistão, menos de 2% da população, “hoje podem somente rezar e demonstrar profunda empatia e solidariedade”, afirma o Diretor, e conclui: “Manifestamos o nosso pesar à polícia depois do massacre de Lahore; vamos aos hospitais oferecer assistência e solidariedade aos feridos. Além disso, estamos organizando encontros inter-religiosos em que os fiéis de todas as comunidades religiosas acenderão velas e rezarão para rejeitar, justamente em nome de Deus, os ataques terroristas que ensanguentam a nossa amada nação, e dizer sim à paz e ao respeito da vida”. (PA) (Agência Fides 17/2/2017)


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