AMÉRICA/VENEZUELA - A Assembleia Nacional declara “o abandono do cargo” por parte do Presidente

Terça, 10 Janeiro 2017 política   desenvolvimento   violência   pobreza  

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Assembleia Nacional (AN) da Venezuela

Caracas (Agência Fides) – A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, onde a maioria dos deputados é da oposição, declarou ontem “o abandono do cargo” por parte do Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, e pediu uma solução eleitoral diante da crise que a nação atravessa, para que “seja o povo a expressar-se, através do voto”. “O único modo para resolver os graves problemas do país é restituir o poder ao povo da Venezuela e consequentemente, convocar eleições livres”, lê-se no acordo aprovado com o consenso de 106 dos 167 parlamentares, muito mais do mínimo necessário, de 84.
Ontem, em uma sessão bastante agitada, a oposição acusou Maduro de não cumprir os seus deveres e deixar que o país precipite numa crise sem precedentes com escassez de alimentos e medicamentos, a mais alta inflação do mundo (475% em 2016, segundo o Fundo Monetário Internacional, FMI) e uma criminalidade galopante. Maduro é considerado responsável pela "grave desordem constitucional”, a violação dos direitos humanos e a devastação das bases econômicas e sociais da nação.
Segundo a Constituição da Venezuela, como afirma a nota recebida pela Fides, o ‘vazio do Presidente’ pode ser declarado nos casos de morte e renúncia; remoção do cargo pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), desabilidade física ou mental, revogação popular do mandato ou ‘abandono do cargo’, como declarado ontem pela Assembleia Nacional.
O Presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Dom Diego Rafael Padrón Sánchez, Arcebispo de Cumaná, abrindo sábado, 7 de janeiro, os trabalhos da Plenária do Episcopado, ilustrou inicialmente o caminho recente da Igreja no país sul-americano, com em primeiro lugar, o acolhimento do magistério do Papa Francisco e do Evangelho da misericórdia na perspectiva de uma sempre maior valorização do laicato, e fez apelos para “desarmar os ânimos” e relançar todos juntos – governo, oposição e forças sociais – o caminho difícil, mas obrigatório, do diálogo. (CE) (Agência Fides, 10/01/2017)


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