AMÉRICA/CUBA - A Igreja quer ser parte ativa na instrução pública e ter acesso à mídia

Segunda, 21 Novembro 2016 instrução   bispos   evangelização  

Dom Juan de la Caridad Garcia

Havana (Agência Fides) – “A Igreja quer ter escolas ou espaços nas escolas, porque é o que quer uma parte considerável da população”: foi o pedido do novo arcebispo de Havana, Dom Juan de la Caridad Garcia, na revista "Palabra Nueva", publicada pela Arquidiocese e cuja cópia foi recebida pela Fides. Em 1961, em meio a fortes contrastes com a hierarquia católica, o governo de Fidel Castro nacionalizou todo o sistema educativo e tirou da Igrejas suas escolas, que na época eram a sua principal fonte de sustento.
O novo Estado ateu cubano havia efetivamente impedido também qualquer presença da Igreja no campo da comunicação, mas agora, a Igreja “deseja ter acesso à mídia de modo contínuo”, escreve Dom Garcia. Desde 1961, a imprensa em Cuba está sob controle estatal e a Igreja teve apenas modestos meios para difundir a fé nas igrejas.
O ano de 1998, quando o Papa João Paulo II visitou Cuba, marcou ainda outro evento: desde então, os sacerdotes têm acesso ao rádio e à TV para as celebrações religiosas ou comunicados de imprensa, mas sempre relativos a temas estritamente relacionados à fé católica.
Em 2010 houve uma nova aproximação entre as partes, recorda o Arcebispo: um diálogo sem precedentes, que se concluiu com a libertação de 130 prisioneiros políticos. Ainda naquele período, o governo de Raul Castro restituiu à Igreja alguns bens sequestrados na década de 60, mas não parece ainda disposto a conceder o acesso à instrução e à mídia.
Agora, lê-se na "Palabra Nueva", a Igreja "quer ter parte ativa e pública na instrução, para ensinar as virtudes que devem correger os vícios e promover a harmonia entre todos os cubanos e precisamente por isso, agora quer discutir sobre o tema”, conclui Dom Garcia.
(CE) (Agência Fides, 21/11/2016)


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