AMÉRICA/BRASIL - “A crise é antes de tudo política”: declaração dos missionários redentoristas latino-americanos

Terça, 10 Maio 2016 ordens religiosas   política   institutos missionários  

Redentoristas no Santuário de Aparecida

Atyrà (Agência Fides) – “Os superiores maiores e os representantes das 26 províncias e missões da Congregação do Santíssimo Redentor de todos os países da América Latina e do Caribe, reunidos em Assembleia Geral nos dias 3 e 4 de maio de 2016 na cidade de Atyrá, Paraguai, refletiram sobre a evangelização neste continente”. Assim tem início a “Declaração dos missionários redentoristas sobre o momento político e social do Brasil”, articulada em sete pontos, enviada a Fides.
“Movidos pela proclamação do Evangelho de Jesus Cristo e chamados a evangelizar os pobres, segundo o carisma dos Redentoristas – lê-se no texto -, expressamos profunda preocupação com a situação de crise política, ética e moral que a América Latina vive e, de modo especial, o Brasil. Desta situação emerge a corrupção sistemática nas instituições públicas e particulares, com uma forte influência dos partidos políticos, e isso é um mal que deve ser abolido para sempre. Espera-se que as investigações em andamento possam, com pleno direito de defesa, identificar os culpados. Todavia, nenhuma decisão contra os princípios constitucionais será a melhor solução para a crise que, antes de tudo, é política.”
O documento dos Redentoristas se conclui com um apelo: “Chamamos todos a um diálogo para superar o momento difícil e reiteramos o nosso respeito e a nossa confiança nas instituições brasileiras, capazes de liderança no percurso urgente e necessário à compreensão”.
Enquanto isso, no Brasil continuam as surpresas: ontem, o presidente da Câmara brasileira revogou sua decisão, anunciada 24 horas antes, de suspender o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Com uma clamorosa manobra, que porém evita um confronto institucional destinado a acabar diante da Corte Suprema, Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara dos deputados, comunicou que "reconsidera" a decisão de anular o voto de 17 de abril, quando os deputados aprovaram o início do processo de impeachment. (CE) (Agência Fides, 10/05/2016)


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