ÁFRICA/MADAGASCAR - "Ilena já não é mais um gueto": no povoado ex-leprosário chega finalmente a eletricidade

Terça, 29 Setembro 2015 desenvolvimento  

P. Albert Rainiherinoro

Ilena (Agência Fides) - "A aldeia de Ilena, um ex-leprosário onde trabalhamos desde 1990, está finalmente ligado à rede elétrica da cidade de Fianarantsoa". Quem falou sobre o evento à Agência Fides foi o Pe. Albert Rainiherinoro, religioso camiliano, capelão da aldeia. "O projeto de eletrificação já havia sido iniciado na década de 90, mas nunca concluído", continua Padre Albert. "Em 2008, o padre Sante Zocco, então procurador da diocese de Fianarantsoa, nos colocou em contato com a Associação francesa Compétence Sans Frontiére que quis nos ajudar a realizar este projeto. Não faltaram dificuldades, mas depois de várias provas e grande esforço por parte dos vários colaboradores, nós conseguimos".
Localizado na periferia sudeste da cidade de Fianarantsoa, a cerca de 7 quilômetros da cidade, a aldeia de Ilena foi um leprosário fundado por volta de 1900, confiado aos primeiros missionários protestantes e, em seguida, colocado sob a proteção do Ministério da Saúde, em 1960, data da independência de Madagascar. "Durante a revolução socialista – conta o religioso - os pacientes tinham sido abandonados à sua sorte e por isso a Igreja interveio através do padre jesuíta Maurice Paggie. Na década de oitenta, com a chegada dos religiosos camilianos, Pe. Paggie nos passou o leme. Nos anos 90 o Estado nos confiou a gestão da vila. Os missionários, incluindo alguns padres camilianos, um casal ítalo-austríaco da Família Camiliana Leiga, e as Irmãs da Divina Providência de Saint Jean de Bassel, se moveram junto com outras associações para permitir aos moradores do povoado ter um melhor qualidade de vida. Eles então criaram uma escola, um ambulatório, micro-projetos de desenvolvimento e projetos ambientais. Pessoalmente, como capelão, eu vou para a aldeia quatro vezes por semana para a animação espiritual do povo e dos alunos da escola. Ilena já não é mais um gueto. Agora outras crianças das aldeias vizinhas frequentam a escola, os pacientes de outras aldeias vem para serem tratados em nossa clínica, os fiéis de várias partes vêm para implorar a graça de Nossa Senhora Salus Infirmorum", concluiu Padre Albert. (AR/AP) (Agência Fides 29/9/2015)

P. Albert Rainiherinoro

P. Albert Rainiherinoro


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