ÁSIA/PAQUISTÃO – Conversões forçadas ao Islã e violência contra milhares de jovens cristãs e hinduístas a cada ano

Sábado, 25 Julho 2015

Karachi (Agência Fides) – A cada ano no Paquistão mais de mil garotas cristãs e hinduístas são obrigadas a se converter ao Islã e a se casar com muçulmanos: é o que afirma o último relatório publicado pela organização não governamental paquistanesa “Aurat Foundation”. Numa nota enviada à Agência Fides, a diretora da fundação, Mahnaz Rehman, apresenta uma situação difícil para as mulheres no Paquistão, enfrentando o tema específico da discriminação religiosa. “O crime de “conversão forçada” ao Islã é difundido e comum, mas não é levado em consideração pela Polícia e pelas autoridades civis”, destaca o texto.
Segundo as cifras contidas no relatório e os casos nele documentados, um número médio de mil jovens têm esse fim por ano no Paquistão. A maioria das vítimas pertence à comunidade hinduísta e cristã.
É comum usar ameaças e pressões contra as vítimas e suas famílias. Num esquema que se repete constantemente, refere a Aurat Foundation, as garotas são sequestradas e dadas como esposas aos sequestradores ou a terceiros, sem o seu consenso. Se a família denuncia, o sequestrador, por sua vez, apresenta uma contra denúncia, acusando a família e afirmando que a jovem se converteu de sua espontânea vontade. Quando é chamada a testemunhar diante do magistrado, a jovem, sob ameaças e pressões, declara ter se convertido voluntariamente e permitir o matrimônio. Assim o caso fica encerrado. “A esses casos falta uma série de investigações sobre este fenômeno e o mecanismo que se instaura”, denuncia o relatório. Um fator parece determinante: “Do momento em que é feita a queixa e nasce a controvérsia até o momento da audiência no tribunal, as jovens permanecem na custódia dos sequestradores e sofrem traumas e violências de todo tipo”. Dentre as pressões às quais são submetidas as adolescentes, frágeis e vulneráveis, se diz que “agora elas são muçulmanas e se mudarem de religião, a punição para os apóstatas é a morte”. O relatório convida a Polícia e as autoridades civis a desmascarar esta prática e a salvar as jovens de minorias religiosas. A Aurat Foundation apresentou também uma proposta de lei para impedir as conversões forçadas. (PA) (Agência Fides 25/7/2015)


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