ÁFRICA/EGITO - O Sínodo da Igreja copta ortodoxa acentua o controle sobre os mosteiros

Sexta, 29 Maio 2015

Cairo (Agência Fides) - O Sínodo dos Bispos da Igreja copta ortodoxa que se reuniu nesses dias no Cairo sob a presidência do Patriarca Tawadros II, aprovou e publicou algumas regras que a partir de agora tornarão mais estreito o controle do episcopado sobre a vida dos mosteiros coptas, masculinos e femininos. É o que afirmam fontes coptas consultadas pela Agência Fides. Entre as novas regras destinadas a entrar em vigor, está a que vincula os superiores dos mosteiros a sinalizar por escrito ao Patriarca os nomes dos novos candidatos à vida religiosa, para receber a aprovação. Também a instituição de novas fundações e casas monásticas será submetida à prévia autorização do Patriarca ou do Bispo à frente da diocese que está destinada a sediar o novo mosteiro.
As disposições relativas à vida monástica foram emitidas depois de uma série de contrastes registrados recentemente entre a hierarquia episcopal e algumas comunidades monásticas, como a do Mosteiro de São Macário, na região de Wadi al-Rayan. Nos meses passados, os Bispos coptas ortodoxos negaram em várias ocasiões qualquer legitimação aos protestos dos monges de São Macário, empenhados numa controvérsia com as autoridades locais sobre o projeto de construção de uma estrada no território do mosteiro. Os bispos definiram “ilegal” do ponto de vista canônico a ocupação da antiga estrutura monástica por parte dos monges que atualmente a habitam e uma série de obras de construção realizadas no local nos últimos tempos de forma abusiva.
Entre as recomendações que emergiram na Assembleia sinodal, há também a de encorajar os casais de noivos a frequentarem cursos de preparação espiritual antes do matrimônio, e promover de maneira ramificada a difusão dos comitês locais da “Casa da família egípcia”, o organismo de diálogo inter-religioso criado anos atrás pelo Grande Imã de Al Azhar e pelo Patriarca copta ortodoxo e revitalizado nos últimos tempos como instrumento para prevenir e atenuar as contraposições sectárias, num momento em que a nova eclosão do sectarismo fundamentalista parece colocar em risco a própria unidade nacional. (GV) (Agência Fides 29/5/2015).


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