ÁSIA/IRAQUE – O patriarca caldeu abre o confronto sobre o projeto da Constituição para a Região do Curdistão iraquiano

Erbil (Agência Fides) - Em vista do debate parlamentar para a aprovação da Constituição da Região autônoma do Curdistão iraquiano, o patriarca caldeu Louis Rafael I tem a intenção de abrir um debate, livre e sereno sobre as fórmulas que no texto constitucional indicam os pertencentes de várias comunidades cristãs como cidadãos de pleno direito, dotados dos mesmos direitos e deveres dos outros componentes da população local. O patriarca caldeu – lê-se na nota enviada à Agência Fides – tem a intenção de discutir sobre este tema também com os primazes de outras Igrejas Orientais, como a Igreja assíria do Oriente, a Igreja sírio-ortodoxa e a Igreja sírio-católica.
No projeto de lei constitucional, que será submetido em breve ao parlamento regional para a aprovação, afirma-se que os povos da Região do Curdistão iraquiano são formados por “curdos, turcomanos, árabes, assírios, caldeus sírios, armênios e outros”. O Patriarca em sua mensagem, publicada no site do Patriarcado caldeu, levantou a questão se esta fórmula não termina por identificar as comunidades cristãs locais exclusivamente como grupos etnicamente definidos.
No passado, o patriarca caldeu chamou a atenção para o perigo de reduzir a pertença a várias igrejas cristãs como um mero corolário “religioso” de identidade étnica e nacional. De acordo com o Primaz da Igreja caldeia, na fase atual da história, os cristãos correm o risco de ser contagiados pelo sectarismo que envenena a convivência entre os povos do Oriente Médio: “Agora, infelizmente”, disse o Patriarca Louis Raphael I numa entrevista à Agência Fides, “ouve-se quem diz: são mais armênios que cristãos, mais assírios que cristãos” (veja Fides 6/2/2013). (GV) (Agência Fides 04/05/2015)