ÁFRICA/LÍBIA – Profissionais estrangeiros em fuga de um hospital depredado, o colapso do sistema de saúde por causa dos combates

Sexta, 19 Dezembro 2014

Benghazi (Agência Fides) - Os confrontos em Benghazi, capital da Cirenaica, entre milícias islâmicas e militares leais ao general Khalifa Haftar, ligado ao executivo sediado em Tobruk, além das vítimas estão causando sérios danos ao sistema de saúde local. A imprensa líbia relata que o hospital de Hawari foi abandonado e seus equipamentos médicos caros foram roubados. O governo indiano ordenou a repatriação, via Tunísia, de 38 enfermeiros de nacionalidade indiana que trabalhavam nos hospitais de Benghazi. Na capital da Cirenaica os únicos hospitais ainda abertos são o Benghazi Medical Centre e o Jalaa Hospital. Dentre os enfermeiros, tanto na Cirenaica quanto na Tripolitânia, há uma forte presença de católicos (particularmente filipinos) e até o início de 2013 também religiosas católicas. Como denunciou à Agência Fides Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, Vigário Apostólico de Trípoli, a maioria das congregações religiosas foram obrigadas a deixar a Cirenaica por causa de fortes pressões e ameaças recebidas (veja Fides 31/1/2013).
Enquanto isso, o confronto entre os dois governos, o sediado em Tripoli e o de Tobruk, se acentuou e envolve as diferentes milícias presentes em todas as áreas da Líbia. Em 18 de dezembro, fontes militares do governo de Tobruk anunciaram que 30 milicianos pró-islâmicos de Fajr Libya (Amanhecer, próximo ao governo de Trípoli) foram mortos e 270 ficaram feridos nos confrontos em torno da área petrolífera entre Sirte e Benghazi. No centro dos confrontos existem os terminais e outras instalações de petróleo, bem como bases militares, como Brak al-Chata (640 km ao sul de Trípoli, no deserto), atacadas pelas forças de Fajr Lybia que tomaram posse de vários tipos de munições, armas pesadas e de médio porte, mísseis anti-tanques e aviões, com a intenção de transferi-los para as zonas costeiras. (L.M.) (Agência Fides 19/12/2014)


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