ÁSIA/IRAQUE - O ano escolar no Califado Islâmico: abolido o ensino do siríaco e nomes cristãos das escolas

Sábado, 13 Setembro 2014

Mossul (Agência Fides) - As escolas de Mosul e Planície de Nínive que tinham nomes cristãos deverão mudá-los e nos currículos de todos os níveis serão eliminados o ensino da língua e da cultura siríaca e de educação religiosa cristã. Estas são algumas das condições impostas pelos líderes do autoproclamado Califado Islâmico às instituições educacionais em Mossul e nos territórios da Planície de Nínive que estão sob seu controle. Foi o que revelaram algumas fontes locais contatadas pelo site de informação em árabe ankawa.com. O cancelamento do ensino da cultura siríaca e dos elementos da doutrina cristã fazem parte das condições impostas pelos militantes do Califado Islâmico para cancelar do sistema de ensino todos os vestígios de pluralismo cultural e religioso nas áreas conquistadas e transformar as escolas em ferramentas de propaganda da ideologia jihadista entre as novas gerações. Dentre as indicações impostas pelos milicianos do Estado Islâmico está também a de intitular as escolas com o nome "Batalha de Mossul" e outras fórmulas e figuras usadas pela propaganda ideológica do que se pretende estruturar como novo regime do Califado. Algumas instituições de ensino relacionadas com as igrejas, como a escola dedicada a São Tomé, tinham nomes cristãos desde o fim do século XVIII.
Em fevereiro passado, o Ministério da Educação Iraquiano ordenou que o siríaco e o ensino religioso cristão fossem introduzidos no currículo de 152 escolas públicas nas províncias de Bagdá, Nínive e Kirkuk. O projeto-piloto foi concebido para preservar a língua nativa de todas as comunidades religiosas cristãs autóctones ainda existentes no país, marcadas nos últimos anos por uma drástica redução numérica devido ao aumento dos fluxos migratórios registrados após a queda do regime do partido baathista. As 152 escolas foram selecionadas nas áreas do país onde há uma maior concentração de batizados. De acordo com dados fornecidos pela Direção para o estudo do siríaco, as escolas envolvidas no projeto são frequentadas por mais de 20 mil alunos. (GV) (Agência Fides 13/9/2014).


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