Roma (Agência Fides) – “Foi um ano de trabalho intenso”: assim se expressou Dom Protase Rugambwa, Presidente das Pontifícias Obras Missionárias (POM), na sua conferência na abertura dos trabalhos da Assembleia Geral anual das POM (veja Fides 29/4/2014). “Das informações que eu e os Secretários-Gerais tivemos dos relatórios anuais que nos enviaram – prosseguiu o Arcebispo falando ontem na Assembleia dos Diretores nacionais das POM -, podemos certamente dizer que as POM são um dos instrumentos mais importantes e relevantes para manter em evidência a prioridade da Missio ad Gentes em suas igrejas. Publicações de revistas, congressos para jovens, adultos, adolescentes, cursos de formação missionária para clero e laicato, jornadas missionárias, coleta de fundos, visitas aos seminários, às congregações religiosas e muitas outras atividades foram realizadas”.
O Arcebispo fez uma ampla referência ao ministério missionário do Papa Francisco, o qual “deseja uma Igreja que não fique fechada em si mesma, mas uma Igreja em saída missionária. Uma Igreja evangelicamente pobre, que se incline e escolha os pobres, que vá a todo o mundo, especialmente rumo às periferias geográficas e antropológicas. E vá dizendo que nós devemos ser evangelizadores felizes, alegres, que doam a alegria do Evangelho a todos. É um grande encorajamento para nós a continuar a obra de cooperação missionária à qual fomos designados”.
Depois de mencionar a atividade desenvolvida pelo Comitê executivo e pela Comissão para as finanças, além das temáticas tratadas na Assembleia especial de novembro, o Presidente das POM falou sobre a situação que estamos vivendo. “Nós nos encontramos num período de profundas transformações, não somente em nível eclesial, mas também civil – evidenciou -. Não exagero ao dizer que hoje é difícil inclusive trabalhar e socorrer os pobres e os que são chamados como sobras da humanidade. Talvez, por causa de alguns abusos ou escândalos, as leis de vários Estados estão, de fato, tornando difícil a ajuda financeira às Igrejas, colocando normas muito severas sobre a exportação de capitais”.
A este propósito, Dom Rugambwa evocou alguns aspectos práticos. Antes de tudo, a necessidade de “uma sincera e eficiente comunhão entre Escritórios nacionais e Secretariados internacionais”, enquanto “é necessário um diálogo contínuo, sincero, uma comunicação eficiente, uma ajuda recíproca, um respeito e uma estima que derivam do fato de que todos nós trabalhamos não para nós mesmos, mas para o Reino de Deus.
Se conseguirmos fazer esta grande e vasta organização, que são as Pontifícias Obras, uma família, então elas irão readquirir novo esplendor e renovada vitalidade”. Outra questão diz respeito à comunicação e à transparência do fator econômico-financeiro, sobre o qual há tempo se trabalha: o atual nível de clareza e de transparência alcançado em nível central deverá agora ser realizado em nível das Direções nacionais.
Por fim, o Arcebispo reiterou que os Diretores nacionais devem ser uma “ponte entre a Congregação e a Sede central das POM e as Conferências episcopais, e de modo especial as Comissões para as Missões ou para a Evangelização”. “É importante recordar, especialmente nesses tempos, em que as Igrejas locais assumiram justamente o papel de protagonistas na Missio ad Gentes – afirmou - , que os Bispos, tendo à frente o Pastor Supremo, que é o Papa, têm a responsabilidade da Missio ad Gentes, e que as Pontifícias Obras não existem para ajudar esta ou aquela missão escolhida pelas dioceses, ou por uma Conferência episcopal, mas as missões de toda a Igreja e das Igrejas que mais precisam”. (SL) (Agência Fides 06/05/2014)