ÁSIA/PAQUISTÃO – Minorias na mira: estudo e testemunho dos paquistaneses no exterior

Terça, 15 Abril 2014

Londres (Agência Fides) – As minorias no Paquistão, étnicas, religiosas ou políticas, são vítimas de ódio, discriminação e preconceitos que tornam suas vidas um inferno: é o que afirma um novo estudo patrocinado e divulgado pela “British Pakistani Christian Association” (BPCA) que envolve os paquistaneses imigrantes do Reino Unido, do resto da Europa e outros países do mundo. O texto enviado à Agência Fides intitulado “The Targeting of ‘Minority Others’ in Pakistan”, oferece uma análise das políticas implementadas na nação nos últimos dez anos e mostra numerosos testemunhos como prova de argumentos expressos.
"Muitas decisões e atividades estatais e não estatais facilitaram ações que têm como objetivo atingir as minorias como cristãos, ahmadis, hinduístas, balúchis, hazara xiita, siques e muitos outros” observa o estudo, citando, em particular, a "lei sobre a blasfêmia" como uma entre os principais instrumentos de abusos, pois muitas vezes é usada como "armadilha" para cristãos e hinduístas. Os autores do estudo - Desmond Fernandes especialista em sistema educacional no Paquistão e Nathaniel Lewis, pesquisador da BPCA – citam as várias intervenções de órgãos das Nações Unidas como o Conselho de Direitos Humanos que fez algumas perguntas que permaneceram sem respostas.
Dentre os testemunhos citados, o depoimento do jovem cristão Samson Barkat de Karachi, único cristão que superou o exame de admissão entre os cadetes da Polícia. Alguns cadetes muçulmanos, seus companheiros, começaram a provocá-lo, por inveja, para obrigá-lo a se demitir. Em janeiro de 2014, Samson, estava ouvindo músicas religiosas cristãs em seu carro, e foi agredido e espacado por alguns cadetes. Um deles tirou o Alcorão do bolso, arrancou algumas folhas do livro e depois iniciou a gritar acusando-o de blasfêmia.
Exemplos de abusos contra as minorias são os freqüentes casos de estupros de jovens cristãs e hinduístas e casamentos islâmicos forçados: os últimos casos, ressalta a BPCA, são os de Komal Yousaf, 15 anos cristã, violentada, convertida ao Islã e obrigada a se casar com um muçulmano, e o caso da jovem de 19 anos cristã Sobia, de Lahore, seqüestrada e também obrigada a contrair matrimônio islâmico com um muçulmano rico que vivia na casa onde a jovem trabalhava como doméstica. As duas foram socorridas pela Ong “World Vision in Progress” (WVIP). “Os muçulmanos no Paquistão acreditam poder usar as garotas cristãs das minorias religiosas como bens de consumo", comentou o líder de WVIP, Farroukh Saif. (PA) (Agência Fides 15/4/2014)


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